sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Os doze pecados capitais de um currículo




A Gutemberg Consultores recebe diariamente um número relativamente alto de currículos, por meio dos mais diversos canais de comunicação: fax, internet, correio tradicional, entre outros. As justificativas apresentadas pelos profissionais para o seu envio são também distintas: a busca de uma nova colocação, a insatisfação no emprego atual, o desejo de ascensão a novas posições, o medo da perda do emprego repentino em função de mudanças internas na empresa onde trabalha, o desejo de permanecer em São Paulo, em face de transferência das operações da empresa para outras cidades ou estados.

O perfil dos candidatos varia. Eles são oriundos dos mais diferentes segmentos mercadológicos e posições hierárquicas; apresentam carreiras distintas; possuem formação universitária - do bacharelato ao Ph.D; o nível de estabilidade empregatícia varia de candidato para candidato, entre outras peculiaridades. Uma análise, mesmo que superficial, desses currículos acaba por revelar "Doze Pecados Capitais", os quais poderão prolongar a permanência desses profissionais na ansiedade que as buscas por um novo emprego proporcionam.

Esses são os Doze Pecados Capitais dos currículos:

1) Cometer erros de português, gramática, pontuação, ortografia, entre outros. Se um profissional não sabe escrever um currículo sem erros de português, como poderá elaborar uma carta proposta, um contrato ou uma apresentação sem erros? É impossível!

2) Dar sinais excessivos ou irreais de performance. É comum encontrarmos candidatos que ao descreverem suas principais realizações exageram na dose. Consequentemente, logo vem a pergunta: "Se esse candidato é tão bom como diz, se fez tanto com tão pouco e em tão pouco tempo, por que foi demitido?" E ainda pior: "Por que está há tanto tempo desempregado?"

3) Mentir - inúmeros são os profissionais que mentem sobre sua formação acadêmica, resultados obtidos, posições ocupadas e nível salarial. Nenhum candidato deveria mentir ao escrever sobre si mesmo. Primeiro porque é uma forma errada de apresentar-se a um empregador em potencial. Em segundo lugar, porque se o entrevistador desnudar a mentira, fatalmente perderá o emprego em perspectiva. 

4) Uso de chavões - no atual quadro do mercado de trabalho brasileiro, os entrevistadores não se impressionam mais com palavras ou frases, tais como: "Sólida formação acadêmica", "Ampla experiência profissional", "procuro uma oportunidade para o meu autodesenvolvimento e desafio profissional", "trabalho em equipe", etc. Portanto fuja do lugar comum. 

5) Objetivos obscuros - um dos fatores mais importantes na elaboração de um currículo é a clareza com que o candidato expressa seu pensamento de forma estruturada, clara e convincente. Qualquer vacilo pode ser fatal. O segredo da boa redação de um currículo é ser objetivo e evitar o que é evidente e superficial.

6) Perder-se em detalhes superficiais e desnecessários - a elaboração do currículo exige longas horas de trabalho e de avaliação sobre informações que são vitais ao seu enriquecimento.

7) Plagiar o currículo de outro profissional - um currículo excelente é, em geral, original. Portanto, evite plagiar. O recrutador especializado costuma distinguir entre o currículo original e o plagiado. Esse último, seu destino é quase sempre cesto de lixo.

8) Reproduzir a própria descrição de cargo. O currículo deve realçar as realizações pessoais de maneira clara, organizada, lógica e simples. Reproduzir a própria descrição é um erro imperdoável.

9) Indicar pretensão salarial. Esse é um assunto de natureza confidencial e em geral deve ser discutido apenas por ocasião de uma proposta de trabalho. Não raro, muitos profissionais perdem excelentes oportunidades porque manifestam a sua pretensão salarial antes de ser entrevistado pela empresa e avaliar a posição oferecida. 

10) Assinar o currículo. Não é uma boa prática assinar ou rubricar o currículo e ainda pior, com termos de responsabilidade pelas informações fornecidas.

11) Anexar foto ao currículo. Mesmo solicitado em anúncio, deve ser evitado por tratar-se de instrumento da legislação referente à discriminação.

12) Evitar descrições de personalidade. Esses traços do tipo "boa comunicação, boa apresentação, facilidade em liderar e relacionar com pessoas" e outros não precisam ser mencionados. Eles serão observados na interação com o entrevistador.

O currículo é o passaporte que fará com que você receba, ou não, o chamado de uma empresa para uma entrevista e, consequentemente, seja escolhido ou preterido. Portanto, redija-o com muita atenção e esmero. Não desperdice a oportunidade de causar a primeira e única boa impressão. Como ensina a sabedoria chinesa, "Quem sabe ler o livro sem palavras da vida deve ser capaz de escrever linhas impressionantes; quem compreende a verdade que é difícil exprimir por palavras está qualificado a captar a mais elevada sabedoria".

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