quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Recursos Humanos - Gestão de negócios




Muito mais do que gestão de pessoas, há um novo item (não tão novo, mas cada vez mais requisitado) sob o guarda-chuva dos recursos humanos: é a integração e gestão dos negócios da empresa à atividade principal da profissão. Nas escolas que ministram cursos para executivos da área, a tendência é bastante nítida. A Fundação Dom Cabral (FDC), por exemplo, tem um curso de especialização em Gestão de Negócios, onde o aluno pode escolher um foco de atuação. Um deles é o RH. “Há demanda para capacitar os profissionais em nível de competências específicas”, afirma o coordenador Anderson Sant'anna. Segundo ele, o RH participa cada vez mais das estratégias da companhia, voltando-se para o business. 

Sant'anna avalia que a única dificuldade é quebrar a barreira da emergência que os números exigem. Ou seja, a visão das empresas é de prazo muito curto, de resultados imediatos. O RH, por outro lado, precisa de um pouco mais de tempo de maturação para que os seus projetos sejam devidamente absorvidos. “As necessidades das empresas mudam rapidamente, o que torna a atividade do gestor de RH bastante desafiadora”, explica. No entanto, é possível equalizar as múltiplas tarefas. Ele sugere que a gestão de competências é um caminho viável, porque identifica as lacunas daquela pessoa e daquela empresa. “Outra ferramenta é o Balanced Scorecard, um conceito que monitora a estratégia da companhia”, indica. A idéia é que não se pode avaliar o desempenho pelo resultado isoladamente, e sim de maneira integrada, “como o painel de bordo de um avião”, com avaliação simultânea de finanças, mercado, inovação e crescimento, entre outros. Trata-se de um conceito criado pelos consultores norte-americanos Robert Kaplan e David Norton, publicado no livro A Estratégia em Ação. 




Na teoria desses autores, explica Sant'anna, se as pessoas não estão preparadas, não há processo interno que perdure. Se o processo não funciona, a empresa não consegue resposta do mercado. E desta forma, o valor das ações das companhias é afetado. Ele afirma que, no ano passado, a FDC fez uma pesquisa com executivos das 500 melhores empresas para se trabalhar, divulgadas no ranking da Você/SA. A pergunta procurou identificar quais eram as principais preocupações dos entrevistados. “A resposta número um foi 'desenvolvimento de lideranças'”, conta. 

Ou seja, as companhias queriam exatamente alguém que ajudasse a conduzir os processos internos, algo relativo à gestão de competências sugerida pela dupla de consultores americanos.ências sugerida pela dupla de consultores americanos.. Mais ativo A necessidade de aproximação com o mundo dos negócios se fez clara na Integração Consultoria. A agência lançou um curso de MBA Executivo Gestão de RH há um ano e a primeira turma, formada por 20 profissionais, identificou que o RH hoje é visto como a mola propulsora dos novos desafios das empresas e cumpre um papel muito mais ativo. “É um departamento muito mais estruturado em fundamentos de gestão, que se envolve mais na linguagem dos negócios”, atesta a coordenadora pedagógica Fabíola Barella. 

Tanto que profissionais de outras áreas estão entrando no RH, o que torna a interação cada vez mais necessária. “E quem era do setor, precisa se atualizar para defender seus projetos e dialogar com o público interno”, diz. A coordenadora do curso de pós-graduação Gestão de RH e Psicologia Organizacional da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Marli Oliveira, destaca que os novos profissionais de recursos humanos batalham para agregar valor à corporação. “O RH ainda é visto como um setor de gastos, mesmo quando investe em treinamento”, afirma. “Mas quando o grupo percebe que o treinamento está voltado especificamente para as metas da organização, a percepção muda”, avalia. Ela ressalta que o gestor de recursos humanos tem de pensar como um consultor interno, capaz de ver toda a integração da empresa. 

Fonte: administradores.com.br

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